Hoje é o BARENTAI DEE (de Valentine’s Day) o Dia dos Namorados aqui no Japão. É tudo tão diferente! As mulheres saem à caça de chocolates para presentear pretendentes, namorados, homens da família e até colegas de trabalho e (principalmente) os chefes!
Feito isto, aguardam as respostas na segunda-feira seguinte. Significa que se não tiverem retribuição, seu “cortejo” não foi aceito. Simpático. Melhor do que levar um sonoro “não estou a fim de você” assim: na lata.
É, também, o MEU PRIMEIRO BARENTAIN DEE com Jonny. Primeiro de muitos, esperamos. Comprei um coração de chocolate e imprimi uma foto unidos pelo Photoshop. Quis dizer que fui até um laboratório perto de casa e imprimi uma foto que havia digitalizado, onde reuni nossas imagens da mesma maneira que unia nossas imagens enquanto estávamos separados pela distância.
Embalei e escrevi num bilhete algo que agora me remete à antiga saudade do que ainda não havia vivido.
Quando você está longe de quem ama, sente saudade do que ainda não passou. Uma saudade gostosa que te movimenta na direção dos sonhos.
Mas no ato do reencontro, aquela saudade é arrastada pela onda de um choro comovido que afasta essa distância que desague lá bem longe o mais longe do presente da vida presente. Nunca mais a dor da dor do amor longe das mãos, longe do beijo.
Nunca mais…
Dia 8 foi aniversário do Jonny. Ele trabalhou à noite, portanto a “festa” de comemoração aconteceu por volta das oito da manhã deste dia. Na véspera, já à noitinha eu havia festejado minha primeira escapada sozinha (e sem me perder!) até o mercadinho com a “magrelinha” (minha bicicleta.
Tinha juntado uns trocado$ e deu pra comprar bolo, champagne, velinhas coloridas… Bem, como não encontrei bolas (“bexigas”, como dizem os paulistanos), as nem tão boas e nem tão velhas camisinhas do digníssimo cumpriram bem o papel de enfeitar a casa e até perfumar com essencia de Ylang Ylang?!
Eu tranquei a porta para saber a hora exata de acender as velas, afinal, a surpresa era para ele e não para mim, certo? Na chegada, o abraço, o beijo demorado e o ofurô com sais e flores de jasmim e camomila.
Precisa dizer onde a gente comeu o bolo e bebeu o champagne?
Emoções…
Minha mãe mandou de presente uma pasta de couro corrugado, moderno, cheio de ranhuras, liiiiiiiinda e própria para carregar o seu primeiro portafólio – uma encadernação com capa dura, laminada e lombada que eu tratei de produzir. Somente Deus, este micro e eu sabemos o que foi este trabalho e o quanto representa para nós nesse recomeço.
Não deu pra segurar a emoção. Agora é seguir em frente.
Ah! Uma parte do presente eu havia dado já no caminho do aeroporto para casa: uma antiquíssima corrente de filigrana com um GOEN. O par está no meu pescoço…